Policial rodoviário federal será julgado por morte da menina Heloísa no Arco Metropolitano

Policial rodoviário federal será julgado por morte da menina Heloísa no Arco Metropolitano

Decisão foi da Justiça Federal que acolheu pedido do MPF

Porto Velho, RO - O policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira será julgado pelo Tribunal do Júri pela morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada em setembro de 2023 durante uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, em Seropédica (RJ). A decisão é da Justiça Federal no Rio de Janeiro, que acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a denúncia apresentada pelo procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, o agente efetuou três disparos de fuzil contra o carro Peugeot em que estavam Heloísa, os pais, a irmã e mais uma pessoa. A criança foi atingida na nuca e morreu dias depois em decorrência dos ferimentos.

O pai da menina, William da Silva, relatou que o veículo da família foi alvejado por tiros disparados de uma viatura da PRF. Segundo ele, o carro já estava com o pisca-alerta ligado e em processo de parada quando os disparos ocorreram, sem qualquer motivo aparente.

Indícios e perícias

A Justiça Federal considerou que há provas da materialidade do crime e indícios suficientes de autoria. O próprio acusado admitiu ter realizado os disparos com um fuzil calibre 5,56 milímetros, e laudos periciais da Polícia Federal confirmaram a compatibilidade dos projéteis encontrados no carro e no corpo da vítima com a arma usada pelo policial.

O MPF também sustenta que houve tentativa de homicídio contra os demais ocupantes do veículo, que só não morreram “por circunstâncias alheias à vontade do agente”.

Defesa e decisão

A defesa de Fabiano Menacho alegou legítima defesa, afirmando que o policial teria atirado por acreditar estar sob ataque. O argumento, porém, foi rejeitado pela juíza responsável, que destacou que as versões apresentadas “não afastam as dúvidas sobre as circunstâncias do fato, o que impede a absolvição sumária nesta fase”.

Com isso, o policial será julgado por homicídio qualificado consumado, quatro tentativas de homicídio qualificado e fraude processual, todos em concurso material. A magistrada também manteve as medidas cautelares impostas ao réu.

Fonte: Agência Brasil

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