Porto Velho, RO - O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) deflagrou, nesta quarta-feira (12), a Operação GODOS, uma das maiores ações contra o crime organizado já realizadas no Estado. A investigação tem como alvo uma organização criminosa envolvida em extorsões, invasões de terras, crimes ambientais, tortura, furtos, roubos, homicídios e porte ilegal de armas, atuante principalmente na região do distrito de Nova Mutum Paraná, em Porto Velho.
A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Núcleo de Análises Técnicas (NAT) e de promotorias de diversas cidades de Rondônia. Mais de 500 agentes públicos participam da ação, incluindo forças policiais, peritos e equipes de apoio administrativo.
Os mandados judiciais — 50 de prisão temporária e 120 de busca e apreensão — estão sendo cumpridos simultaneamente em Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará. Em Rondônia, as diligências se concentram em Porto Velho e em localidades como Nova Mutum Paraná, Nova Mamoré, Buritis, Ji-Paraná, Guajará-Mirim, Rolim de Moura, Cacoal e outras.
Além das prisões e buscas, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens e valores que somam mais de R$ 2 bilhões, referentes a danos materiais, ambientais e climáticos, além de produtos dos crimes. O valor e a abrangência das medidas fazem da GODOS a maior operação já executada pelo MP de Rondônia em uma única investigação.
As apurações começaram em setembro de 2022, após uma denúncia sobre a atuação de um grupo armado que usava violência e ameaças para forçar vítimas a entregar propriedades rurais. Os criminosos simulavam contratos de cessão de posse e, em caso de resistência, praticavam agressões, destruição de bens e até homicídios.
De acordo com o MPRO, o grupo também explorava ilegalmente recursos naturais e lavava o dinheiro obtido por meio de empresas de fachada, uso de “laranjas” e transações imobiliárias. Estima-se que a quadrilha tenha causado desmatamento ilegal de cerca de 25 mil hectares — o equivalente a 35 mil campos de futebol — e movimentado mais de R$ 110 milhões entre 2020 e 2025.
O Ministério Público destacou que seguirá atuando “firmemente no combate ao crime organizado e na defesa da sociedade”, reafirmando seu compromisso com a ordem jurídica e o regime democrático.
Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI)