A convocação foi feita pela Mesa Diretora da Câmara, que exige esclarecimentos sobre o descumprimento de rotas, falhas operacionais e o crescimento das reclamações da população - Foto: Marcelo Gladson / Voz de Rondônia
Porto Velho, RO - A crise na coleta de lixo em Porto Velho se agravou nas últimas semanas e levou a Câmara Municipal a convocar uma audiência pública nesta quinta-feira (14), às 14h, para cobrar explicações sobre o colapso do serviço. Foram chamados representantes da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (ARDPV), da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Básicos (Seinfra) e da Comissão de Fiscalização da empresa ECO PVH, responsável pela limpeza urbana da capital.
A convocação foi feita pela Mesa Diretora da Câmara, que exige esclarecimentos sobre o descumprimento de rotas, falhas operacionais e o crescimento das reclamações da população. Segundo a Seinfra, mais de 700 ocorrências foram registradas desde o início do contrato emergencial com o consórcio ECO PVH.
Lixo acumulado até no Centro da capital
Nem mesmo as áreas centrais da cidade escaparam dos problemas. Contêineres transbordando e lixo acumulado foram registrados nas proximidades de prédios públicos como a Assembleia Legislativa (ALE/RO), o Tribunal de Justiça (TJ/RO), o Ministério Público (MP/RO) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RO).
Fiscais municipais relatam que o descumprimento de cronogramas e a redução da frota de caminhões têm provocado intervalos de até dez dias sem coleta regular em vários pontos da cidade.
Entre os bairros mais afetados estão JK, Socialista, Embratel, Flodoaldo Pontes Pinto, Igarapé, Três Marias, Mariana, Planalto, Cidade do Lobo, Triângulo e Conceição.
Audiência terá presença de órgãos reguladores e gestores municipais
Devem comparecer à audiência o presidente da ARDPV, Oscar Dias Neto, a vice-presidente Tânia Sena e o diretor operacional Alex Teixeira. Pela Seinfra, foram convocados o secretário Thiago Catanhede, além dos integrantes da Comissão de Fiscalização: Giovanni Bruno Souto Marini, secretário executivo de Serviços Básicos; Marcelo Melo Barroso, diretor do Departamento de Saneamento Básico; e Yuri Silva Simpson, gerente de Contratos de Resíduos Sólidos.
De acordo com planilhas internas da Seinfra, pelo menos 200 das 700 ocorrências registradas desde outubro ainda estão sem solução. As falhas envolvem atrasos na coleta, ausência de contêineres e interrupção das rotas noturnas.
Risco sanitário e reclamações
Moradores relatam mau cheiro, presença de urubus e moscas e risco sanitário próximo a escolas e unidades de saúde. Entre os locais mais afetados estão a UPA Leste, as USFs Castanheira, Osvaldo Piana e Rafaela Vaz e Silva, além do CEM Santo Antônio, onde o acúmulo de lixo preocupa pacientes e servidores.
Vereadores vão cobrar respostas e plano emergencial
Durante a audiência, os vereadores devem questionar o motivo de o contrato emergencial não garantir a coleta regular, o número real de caminhões em operação, as rotas suspensas e o plano emergencial para eliminar o acúmulo de lixo. Também será cobrada a aplicação de multas pela ARDPV e a criação de um canal público de acompanhamento das rotas em tempo real.
A Seinfra informou que alguns pontos — como as regiões da Tenreiro Aranha, Sete de Setembro e o entorno do 5º BEC — tiveram a coleta normalizada, mas reconheceu que a maior parte da cidade ainda enfrenta falhas, especialmente nos bairros Socialista, Três Marias, Mariana, Conceição e no Centro.
A audiência ocorrerá no plenário da Câmara Municipal de Porto Velho, nesta quinta-feira (14), às 14h, e será aberta ao público.