
Porto Velho, RO - O Senado dos Estados Unidos, sob controle republicano, aprovou nesta terça-feira (data não especificada) um projeto de lei que revoga as tarifas de importação impostas ao Brasil pelo ex-presidente Donald Trump. Essas tarifas foram estabelecidas após Trump declarar emergência nacional em julho, alegando que o Brasil ameaçava a segurança e os interesses dos EUA — uma retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
A proposta foi aprovada por 52 votos a 48, com cinco republicanos apoiando os democratas. Entretanto, a medida deve ser arquivada na Câmara dos Deputados, também dominada pelos republicanos, que têm bloqueado iniciativas semelhantes.
Enquanto isso, Trump está em viagem pela Ásia, com encontros previstos com líderes da Malásia, Japão, Coreia do Sul e China (Xi Jinping) para tratar de comércio.
Os democratas acusam Trump de abusar de declarações de emergência para justificar suas tarifas e prometem insistir em novas votações.
Em abril, o Senado já havia votado contra tarifas impostas ao Canadá, mas outras medidas semelhantes fracassaram na Câmara.
Autoridades brasileiras lembram que os EUA tiveram um superávit comercial acumulado de US$ 410 bilhões com o Brasil em 15 anos — o que torna injustificável, na visão de Brasília, o discurso de “ameaça econômica” usado por Trump.
Motivação política: As tarifas parecem ter um caráter mais político do que econômico, já que foram justificadas com base na suposta “perseguição” a Bolsonaro — algo sem precedentes em termos diplomáticos entre EUA e Brasil.
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Divisão interna nos EUA: A votação mostra fissuras dentro do Partido Republicano — cinco senadores votaram com os democratas —, mas a base trumpista ainda domina a Câmara.
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Impacto diplomático: Mesmo que a medida não avance, o gesto do Senado é um sinal de desgaste internacional da postura agressiva de Trump e um apoio indireto ao Brasil em meio às tensões bilaterais.
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Efeito econômico: Caso as tarifas sejam revogadas de fato, setores brasileiros exportadores (principalmente aço, alumínio e agropecuária) podem ser beneficiados.