Grupo apresentou recurso à juíza responsável pelo caso e pode participar de julgamento ao lado da Promotoria, caso a Justiça aceite a petição.
Porto Velho, RO - Proprietários de discotecas e bares de Barcelona apresentaram à Justiça um pedido para que façam parte da acusação contra o jogador Daniel Alves por estupro. O caso enfureceu proprietários de discotecas da cidade, que vêm adotando protocolos para evitar situações do tipo.
Alves foi preso preventivamente na sexta-feira (24) após se contradizer em depoimento à polícia sobre o caso. Ele é acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro de uma boate da capital catalã.
O caso enfureceu também outros proprietários de bares e boates de Barcelona, que alegam estar investindo recursos financeiros e humanos para coibir qualquer tipo de abuso ou agressão sexual dentro dos estabelecimentos.
Por isso, a classe quis fazer parte do processo contra Daniel Alves. Caso a juíza aceite o pedido da Fecasarm, o grupo integrará a acusação formal a Alves ao lado do Ministério Público. Foi a Promotoria quem pediu a prisão preventiva sem fiança do brasileiro, pedido acatado pela Justiça.
Os proprietários da boate onde ocorreu o suposto crime estão "devastados", segundo contou ao g1 o presidente da Federação Catalã de Associações de Atividades Musicais e de Restauração (Fecasarm, na sigla em catalão), Joaquim Boadas, que apresentou o pedido formal à Justiça.
"Estamos todos preocupados. Não esperavam que pudesse acontecer algo tão grave assim dentro do local", contou.
Trecho de pedido formal entregue à Justiça pela federação de proprietários de discotecas de Barcelona para que integrem a acusação contra o brasileiro Daniel Alves. — Foto: Arquivo pessoal
Ainda segundo Boadas, os proprietários da Sutton continuam colaborando com a Justiça, com imagens, depoimentos e facilitação de testemunhas.
"O setor de ócio noturno não pode ficar impassível diante de fatos tão grave, principalmente quando estamos lutando em todos os níveis, inclusive colaborando com os Mossos D´Esquadra (a polícia da Catalunha), para a formação de empresários e trabalhadores para evitar casos de violência sexual", alega a federação.
Nova lei
Um dos grandes desafios da defesa de Daniel Alves será a nova lei contra a violência sexual aprovada na Espanha no fim do ano passado. Conhecida como "Solo sí es sí" ("Apenas sim quer dizer sim"), a nova medida é focada no consentimento explícito da vítima, o que, neste caso, não foi feita, segundo a acusação.
Alves alegou, em depoimento à Justiça que contradisse sua primeira versão, que teve relações sexuais consentidas com a suposta vítima, uma jovem de 23 anos. A jovem negou e, também à Justiça, alegou ter sido estuprada e agredida pelo jogador brasileiro.
Pela nova lei, ele poderia pegar até 12 anos de prisão, caso seja confirmado que houve penetração forçada.
Fonte: G1
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