Fórmula 1: George Russell é enigma a ser decifrado no primeiro ano de Mercedes

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Fórmula 1: George Russell é enigma a ser decifrado no primeiro ano de Mercedes


Britânico de 24 anos deixa boa impressão nos primeiros treinos com o novo carro

Porto Velho, RO - Existe um personagem que precisará ser decifrado ao longo da temporada da Fórmula 1. As palavras de George Russell não condizem com suas primeiras voltas a bordo do W13, carro da Mercedes este ano, nos treinos realizados em Barcelona. O novo companheiro de Lewis Hamilton afirma não estar preocupado em disputar o título e se tornar uma espécie de intruso na rivalidade já histórica entre o inglês, heptacampeão, e o holandês Max Verstappen, vencedor em 2021. Mas seu desempenho sinaliza que pode ser o contrário.

Ainda que os tempos marcados nas sessões de pré-temporada estejam contaminados pelos testes encomendados pelos engenheiros, Russell deixou seu recado nos três dias em que foi para a pista. Nos dois primeiros, foi mais rápido que o companheiro. No último, foi superado por Hamilton, com uma diferença de apenas 0s095.

O desempenho de quando estreou pela Mercedes, em 2020, ao substituir Lewis Hamilton, então com Covid-19, no Grande Prêmio do Bahrein, ainda está latente. A adaptação ao carro foi imediata, tanto que largou em segundo naquele fim de semana, atrás apenas de Valteri Bottas — de quem agora assume lugar na Mercedes —, por uma diferença pequena, de 0s026. Só não venceu a corrida por erros cometidos pelos mecânicos durante a prova.


Os carros da Mercedes, Williams e Ferrari para a temporada 2022 Foto: Montagem com fotos de divulgação

Respeito à hierarquia

Ainda assim, ele evita se colocar como candidato ao título na temporada que começará dia 20, no Bahrein. Nas entrevistas, costuma respeitar a hierarquia interna da Mercedes e o próprio status de ídolo de Hamilton — a foto em que aparece, ainda menino, pegando autógrafo do heptacampeão resume a admiração pelo agora companheiro de equipe.

— Para ser honesto, não estou pensando se vou brigar pelo título este ano ou não. É incrível como funciona a mentalidade dos pilotos. Quando você coloca o capacete, não se preocupa se está largando no fim do grid ou então brigando pela primeira posição. Você apenas se preocupa em fazer seu trabalho. É nisso que eu estou pensando, no processo —afirmou ao site da F1.

Sua habilidade para crescer dentro da equipe será colocada à prova ao longo de 2022. O papel de fiel escudeiro de Hamilton já foi exercido de alguma forma mesmo antes de trocar de carro. Ano passado, Russell foi o responsável por algumas das palavras mais duras a respeito do controverso fim de corrida em Abu Dhabi, que terminou com a vitória de Max Verstappen. Sinalizou, ainda como piloto da Williams, solidariedade com a futura casa.


Lewis Hamilton, Toto Wolff e George Russell, o trio de ferro da Mercedes Foto: STEVE ETHERINGTON / AFP

Já acertado com a Mercedes na ocasião, Russell acabou sendo afetado indiretamente pela corrida que resultou no título mundial do holandês. Seria mais confortável correr ao lado de Lewis Hamilton com o inglês oito vezes campeão mundial. É a única marca que falta, se tornar isoladamente o maior vencedor da história da Fórmula 1. Russell terá de brigar por espaço em um contexto em que a Mercedes estará voltada para obter esse resultado que escapou em 2021.

Entre quinta-feira e sábado, George Russell e os demais pilotos terão uma segunda oportunidade para testarem seus carros antes da primeira etapa da temporada. Serão mais três dias, seis sessões, no Bahrein. O inglês acabará oferecendo mais sinais de até onde pode ir no seu primeiro ano a bordo de um carro de ponta. Com carreira vitoriosa no kart e nas categorias de acesso à Fórmula 1, o que inclui o título da Fórmula 2 em 2018, Russell teve a paciência testada nos três anos com a Williams.

Disputas internas

Além de resiliente, pilotando carro na maior parte do tempo pouco competitivo, Russell se mostrou dominante na disputa que teve mais acessível, com os companheiros de equipe. Correndo contra Robert Kubica e Nicolas Latifi, terminou em posição melhor em 70% das provas. Ainda que, numa hipótese pouco provável, a Mercedes não tenha projetado um carro capaz de seguir brigando pela hegemonia entre os construtores — a equipe soma oito títulos seguidos —, George Russell, nesta temporada, terá certamente a competição mais difícil de sua vida dentro dos boxes.

— Tenho uma notícia boa e uma ruim para te dar — afirmou o chefe da Mercedes, Toto Wolff, ao comunicar o piloto, seu protegido de longa data, de sua ida para a equipe, em diálogo que será exibido na nova temporada da série “Drive To Survive”, com estreia marcada para sexta-feira, na Netflix.

— A notícia ruim é que você vai seguir correndo contra Lewis Hamilton. A boa é que agora será a bordo de uma Mercedes.

Fonte: O Globo


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