Porto Velho, RO - O estudante Ricardo Calderam Zanandrea, de 18 anos, aluno do quinto semestre de Ciência da Computação em Passo Fundo (RS), é um dos participantes do Teste Público de Segurança (TPS) das urnas eletrônicas, que ocorre desde segunda-feira (1º) na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
Jovem de 18 anos testa segurança da urna eletrônica no TSE: 'É muito difícil':
Nesta oitava edição, o evento reúne 27 investigadores, sendo que 12 deles têm entre 18 e 25 anos, demonstrando o crescente interesse dos estudantes pela área de cibersegurança. Ricardo faz parte desse grupo mais jovem, que inclui acadêmicos em formação e novos especialistas motivados pelo desafio técnico.
O interesse do gaúcho começou logo no início da graduação, em 2022.
“Desde o primeiro semestre eu queria participar. Nosso professor Marcos havia comentado sobre o TPS, porque já tinha participado duas vezes, e isso despertou minha curiosidade pela área de cibersegurança”, contou o estudante ao Terra.
Desafios técnicos e trabalho em equipe
Ao lado de outros pesquisadores, Ricardo integra grupos divididos entre análise de código, avaliação de hardware, construção de scripts e ataques controlados às camadas do sistema eletrônico de votação.
“Eu estou mais encarregado da parte geral e da parte do script, mas todo mundo se ajuda. Cada grupo trabalha em uma área, seja hardware, código ou testes específicos”, explicou.
A vivência prática, segundo ele, oferece um aprendizado único.
“Com certeza adiciona muito. Aqui a gente vê a urna fisicamente, entende sua construção e programação. A experiência de tentar, errar e corrigir faz você aprender muito mais”, afirmou.
Segurança das urnas na prática
Além do avanço técnico, Ricardo destaca o impacto do TPS na percepção sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro.
“Você percebe que o sistema é realmente muito seguro. Essa experiência te dá mais confiança, a certeza de que o voto não é adulterado”, disse.
O estudante relata também as dificuldades impostas pelo próprio design da urna, que reforçam sua robustez.
“A gente já imaginava que seria difícil, mas é o triplo. Não há acesso a wi-fi, o sistema é muito fechado. É complicado adulterar ou hackear”, avaliou.
Recorde de inscrições
A edição 2024 do TPS registrou recorde de interesse, com 122 propostas de planos de testes enviadas por 149 pessoas. Após análise, 38 planos foram aprovados, e 27 investigadores compareceram ao evento.
O Teste Público de Segurança integra o Ciclo de Transparência Democrática da Justiça Eleitoral, previsto na Resolução TSE nº 23.444/2015. Realizado no ano anterior às eleições, o evento funciona como uma auditoria pública, aberta a qualquer pessoa maior de 18 anos, reforçando o compromisso do TSE com a confiabilidade e verificabilidade do processo de votação.
Fonte: Terra.com