MP denuncia três investigados na Operação “Ouro de Areia” por corrupção na Assembleia Legislativa de Rondônia

MP denuncia três investigados na Operação “Ouro de Areia” por corrupção na Assembleia Legislativa de Rondônia

Grupo é acusado de usar cargos comissionados falsos, servidores fantasmas e fraudes em empréstimos consignados entre 2013 e 2025

Operação Ouro de Areia — Foto: Polícia Civil

Porto Velho, RO - O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) denunciou três pessoas investigadas na Operação “Ouro de Areia”, que apura um esquema de corrupção e desvio de recursos públicos dentro da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO). Segundo o órgão, o grupo utilizava cargos comissionados falsos para fraudar a folha de pagamento e movimentar valores ilícitos entre 2013 e 2025.

Veja o vídeo abaixo: 

Desvio de recursos e cargos fantasmas: Operação mira esquema criminoso em Rondônia

De acordo com as investigações, os denunciados — entre eles assessores técnicos e o gerente de Gestão de Pessoas e Folha de Pagamento da Assembleia — participavam de um esquema que envolvia servidores fantasmas, rachadinhas e empréstimos consignados fraudulentos.

O MP pediu à Justiça, além da prisão e condenação dos acusados, o pagamento de indenização por danos morais e materiais às vítimas e ao Banco do Brasil, que teria sido prejudicado pelas fraudes. O órgão também solicitou a perda dos cargos públicos dos denunciados, por abuso de poder e violação dos deveres do cargo.

Os três acusados devem responder pelos crimes de peculato-desvio e estelionato, previstos no Código Penal. Com a denúncia apresentada, o caso segue agora para a fase judicial.

Entenda o caso

A Operação “Ouro de Areia”, deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia, investigou um esquema de corrupção dentro da Assembleia Legislativa. Conforme o inquérito, pessoas eram nomeadas como assessores parlamentares, recebiam salários mensais, mas nunca compareciam ao trabalho.

Esses “servidores fantasmas” continuavam atuando em outras atividades fora do serviço público, enquanto os salários eram pagos normalmente. Além disso, o grupo os orientava a contrair empréstimos consignados de altos valores, cujo dinheiro era repassado aos membros do esquema — uma forma de lavagem de dinheiro dos recursos desviados.

O principal suspeito de liderar o esquema seria um servidor efetivo da própria Assembleia, apontado como responsável por recrutar os envolvidos e coordenar as ações criminosas. A Justiça autorizou a prisão preventiva dele.

Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em oito endereços, incluindo a sede da ALE-RO, e afastou três servidores de suas funções por 90 dias. Eles também estão proibidos de acessar repartições públicas e de manter contato com testemunhas e vítimas.

Posicionamento da Assembleia

Em nota, a Assembleia Legislativa de Rondônia informou que está acompanhando as investigações e que vai instaurar uma sindicância interna para apurar as denúncias. A Casa afirmou ainda que tomará as medidas administrativas cabíveis, caso sejam constatadas irregularidades.

Origem do nome da operação

O nome “Ouro de Areia” faz referência à falsa aparência de legalidade criada pelo grupo investigado — um “brilho” aparente que, na prática, escondia o desvio de dinheiro público.

📷 Operação “Ouro de Areia” — Foto: Polícia Civil/Divulgação

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