
Segundo fontes ligadas às tratativas, o impasse ocorre porque o governo brasileiro insiste em um corte “horizontal” das tarifas, que beneficiaria todos os produtos hoje sobretaxados, enquanto os Estados Unidos preferem discutir caso a caso.
Nos últimos dias, representantes de quatro das maiores torrefadoras de café dos EUA se reuniram com a Secretaria de Comércio e o Escritório do Representante Comercial americano. O grupo foi informado de que o café pode vir a ser excluído da lista de produtos atingidos. A mensagem também foi transmitida ao Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
O diretor-executivo do Cecafé, Marcos Antônio Matos, disse à CNN que a entidade prepara ofícios sobre o tema para enviar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao chanceler Mauro Vieira, que está nos Estados Unidos conduzindo parte das negociações.
Durante encontro recente com o republicano Donald Trump, Lula pediu a suspensão da tarifa adicional de 40% sobre todos os produtos brasileiros enquanto as tratativas seguem. No entanto, os norte-americanos têm mostrado preferência por negociações específicas, analisando cada produto individualmente.
“Os Estados Unidos preferem discutir produto a produto, até porque há questões concorrenciais e pressões políticas. Isso estaria emperrando um pouco as negociações”, explicou Matos.
A expectativa é que Mauro Vieira se reúna novamente com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nesta semana, no Canadá, durante uma reunião ministerial do G7.
Na terça-feira (11), Trump afirmou em entrevista à Fox News que pretende reduzir tarifas sobre as importações de café, sem citar diretamente o Brasil. Nos Estados Unidos, os preços do café no varejo subiram quase 21% em agosto, em comparação ao mesmo período do ano anterior — e as sobretaxas impostas pelo governo são apontadas como um dos fatores para o aumento.
Fonte: CNN Brasil