Fenômeno provocado pela cheia dos rios acende alerta para a pesca predatória no Pantanal

A decoada deixa os peixes mais vulneráveis e muitos pescadores se aproveitam para fazer a captura em larga escala, o que é proibido por lei.


Porto Velho, RO - No Pantanal de Mato Grosso do Sul, a decoada - um fenômeno natural causado pelo ciclo de subida das águas - leva a polícia ambiental a reforçar a fiscalização sobre a pesca predatória.


O fenômeno ocorre no Rio Paraguai e que provoca queda na qualidade da água, culminando na morte dos peixes. "Isso acontece porque as bactérias trabalham em uma decomposição e retiram o oxigênio da água, eleva o dióxido de carbono e muda o PH", explica a pesquisadora da Embrapa Pantanal, Márcia Divina de Oliveira.


É comum que a decoada se estenda até o fim de maio, ápice da subida das águas por causa das chuvas na região. Por conta da vulnerabilidade dos peixes, a pesca predatória costuma a acontecer nessa época, o que deixa a Polícia Militar Ambiental em alerta.

"Quando acontece esse fenômeno, o peixe não come a isca. Então, os pescadores utilizam apetrechos ilegais para poder realizar a captura do animal, o que é crime. Geralmente, também não é respeitada a quantidade permitida por profissional ou por pescador amador, o que gera multa de R$ 700 mais R$ 20 por quilo pescado. A pena prevista neste caso é de um a três anos", diz o comandante da Polícia Militar Ambiental em Corumbá, Kelvin Valente.


🐟 Equilíbrio ambiental


Muitos podem se perguntar sobre o "desperdício" de peixes que perdem a vida durante a decoada. Mas, na natureza, não existe desperdício, afinal, os peixes que não resistem acabam virando alimento para outros animais, como a garça-moura.


O fenômeno em si não interfere na qualidade dos peixes ou prejudica a alimentação dos demais animais.

Fonte: G1