Porto Velho, RO - A crise desencadeada em Israel levou o presidente do país, Isaac Herzog, a pedir ao Parlamento a suspensão da análise do projeto que propõe a reforma do Poder Judiciário. Segundo ele, a polarização causada pela medida colocou “a segurança, a economia e a sociedade” sob ameaça, anunciou nesta segunda-feira, 27. Segundo Herzog, o governo precisa “acordar”, pois esse “não é um momento político”, mas “de liderança e responsabilidade”.
Desde que a reforma foi proposta, no começo de 2023, pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o país enfrenta uma onda de manifestações. Uma das medidas propostas é a revisão de decisões da Suprema Corte pelo Parlamento israelense, limitando o poder do Judiciário.
“Os olhos de todo o povo de Israel estão voltados para vocês. Os olhos de todo o povo judeu estão em vocês. Os olhos do mundo inteiro estão em vocês”, escreveu Herzog em seu perfil no Twitter.
O presidente dirigiu-se ao primeiro-ministro e aos integrantes do governo e da base governista no Parlamento. “Pelo bem da unidade do povo de Israel, pelo bem da responsabilidade, peço que interrompam o processo legislativo imediatamente”, declarou.
No sábado 25, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi demitido por Netanyahu. Gallant havia criticado a reforma judicial. Ele defendeu a suspensão da tramitação no Parlamento do país.
A decisão do primeiro-ministro de demitir Gallant levou milhares de pessoas às ruas de Israel ontem à noite.
Nesta segunda-feira, 27, uma greve geral foi convocada em Israel pelas centrais sindicais.
O principal aeroporto do país, Ben Gurion Tel Aviv, anunciou a suspensão imediata de todas as decolagens. No Porto de Haifa, o maior de Israel, os trabalhadores entraram em greve.
A rede de shoppings do Grupo Azrieli fechou as portas. O McDonald’s anunciou apoio à greve e determinou o fechamento de todos os restaurantes no país. As universidades também anunciaram paralisação das atividades a partir de hoje.
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