Após não conseguir pegar voo com filho autista, mãe relata dificuldades na hora do embarque em RO

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Após não conseguir pegar voo com filho autista, mãe relata dificuldades na hora do embarque em RO


Antes da viagem, a mãe diz que preparou o filho para o momento e mostrou as aeronaves pousando. Segundo a família, os constrangimentos começaram no momento do check-in.


Porto Velho, RO - A mãe de um rapaz, de 27 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) postou nas suas redes sociais as dificuldades de viajar de avião com o filho. No fim das contas, Marlon Thomaz teve que cancelar a viagem que partiria do aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira em Porto Velho.

O acontecimento descrito por Silvia Thomaz como "constrangedor” ocorreu no dia 9 de dezembro deste ano, mas apenas na última semana a mãe se sentiu à vontade para postar o relato nas redes sociais.

Antes da viagem, Silvia diz que preparou Marlon para o momento e mostrou as aeronaves pousando. Também colocou no filho um cordão de girassol, que é usado para identificar uma pessoa com "deficiência oculta" para que, assim, os estabelecimentos possam orientar seus funcionários ao tratamento.


Marlon Thomaz tranquilo com sua família antes do acontecimento no aeroporto de Porto Velho. — Foto: Reprodução/Facebook

Segundo a mãe, a situação complicada começou ainda no balcão para fazer o check-in. A atendente teria feito perguntas que deixaram o menino ansioso: "'Ele vai entrar no avião? Ele vai conseguir ficar quieto lá? Ele já andou de avião?' Foi questionando na frente dele. Ele é autista, ele é não verbal, mas ele entende tudo e foi ficando ansioso", explicou a mãe.

Para a família a abordagem não foi correta. Silvia também contou que desde o momento da compra da passagem havia informado que o filho está no espectro autista.

A mãe segue contando que as situações constrangedoras continuaram. "Quando fomos entrar [na sala de embarque], você tem que mostrar sua passagem, ainda na porta eles passam tipo um laser para confirmar. Aí ele viu o 'revólver' do laser e não quis entrar".

Esse detector que a mãe cita é um leitor a laser usado para confirmar a veracidade da passagem e alguns modelos podem lembrar o formato de um "revólver". Ele é geralmente usado na porta das salas de embarque, onde os passageiros também mostram documento de identificação.


Imagem ilustrativa de leitor a laser — Foto: Reprodução

Segundo Silvia, antes mesmo dela decidir cancelar a passagem de Marlon, pois estava tentando que seu filho embarcasse, uma das funcionárias teria mandado buscar as malas que já estavam no avião e pressionado que a mãe cancelasse a passagem.


"'Qual é a mala dele? Vamos tirar' e eu 'Não!' e ela seguiu forçando a barra para eu cancelar a passagem, tirar as malas do meu filho. Essa foi a cena que ele visualizou, um bate boca", disse.


Depois do acontecimento


De acordo com Silvia, mesmo após a confusão ela precisou viajar por ter compromissos profissionais em Araçatuba (SP). Com a correria, ela diz que acabou levando por engano pertences importantes do filho.

"Vim chorando de lá até chegar na minha cidade. Na minha mala tinha medicação dele, um monte de medicação dele. Meu filho ficou sem medicação três dias. Teve que achar um médico. Então foi muito constrangimento", contou.


Repercussão


Para Muriely Moitinho, ativista pelos direitos de pessoas com deficiência e mãe do pequeno Heitor, de 8 anos, que também é autista, Marlon provavelmente vai ficar inseguro na próxima vez por causa dessa situação.

"Na próxima viagem será que ele vai se sentir à vontade? Porque eles não esquecem. A mãe dele foi e ele não foi. A memória não se apaga. Esse trauma vai ficar", questiona.

Muriely também ressalta que pessoas com qualquer tipo de deficiência têm o direito de inclusão em todos os setores da sociedade. E aeroportos e empresas prestadoras de serviço deveriam estar preparados para atender essas demandas.

“O problema não é o Marlon, o problema é a falta de preparo das empresas e de quem tá oferecendo o serviço. Porque o Marlon é um passageiro, então ele tem que ter um acompanhamento diferenciado e a culpa não é dele. Não tem que treinar ele, tem que treinar é os funcionários”, explicou a ativista.

Depois de alguns dias, Silvia decidiu tornar o caso público e relatar nas redes sociais. Na internet, recebeu apoio e palavras de conforto de muitos pais e mães atípicos.



Comentários e repercussão do caso de Marlon Thomaz, autista que não conseguiu embarcar em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Facebook


Comentários e repercussão do caso de Marlon Thomaz, autista que não conseguiu embarcar em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Facebook



Comentários e repercussão do caso de Marlon Thomaz, autista que não conseguiu embarcar em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Facebook


Fonte: G1-Rondonia

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