Assassinado, preso ou exilado: o destino dos opositores de Putin

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Assassinado, preso ou exilado: o destino dos opositores de Putin



Nos últimos anos, dezenas de meios de comunicação, ONGs, jornalistas, ativistas ou artistas também foram declarados "agentes estrangeiros" e perseguidos pelo governo

Porto Velho, RO - O julgamento do opositor russo Ilia Yashin, um ex-vereador de Moscou que enfrenta um pedido de dez anos de prisão por criticar a invasão da Ucrânia, começou na quarta-feira. Yashin está detido preventivamente desde junho, acusado de difundir "informações falsas" com "incitação ao ódio" depois de denunciar nas redes o assassinato de civis por tropas russas na cidade ucraniana de Bucha.

Na última sexta-feira, o principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, preso desde 2021, denunciou um agravamento das condições de sua prisão, afirmando que se encontra isolado numa pequena cela e privado de visitas. Nos últimos anos, outros opositores foram forçados ao exílio, silenciados ou até assassinados.

Veja abaixo o destino dos principais opositores de Vladimir Putin:

Assassinato

Ex-vice-primeiro-ministro, Boris Nemtsov tornou-se um dos principais críticos do presidente russo, Vladimir Putin, nos anos 2000. O político se opôs à anexação da Península da Crimeia por Moscou em 2014 e ao apoio militar do Kremlin aos separatistas no Leste da Ucrânia.

Nemtsov foi assassinado em fevereiro de 2015 perto do Kremlin. Ele tinha 55 anos. Seus apoiadores acusaram o líder checheno Ramzan Kadirov de ordenar o assassinato, embora ele negue. Cinco chechenos foram condenados pelo assassinato.

Quatro anos antes, em outubro de 2006, outra opositora do presidente Putin e Kadirov foi assassinada. Anna Politkóvskaya foi abatida na entrada de seu prédio em Moscou. A jornalista da Novaya Gazeta, principal veículo independente do país, documentou e denunciou durante anos os crimes do Exército russo na Chechênia.

Prisão

Alexei Navalny, um ativista anticorrupção de 46 anos, foi envenenado em 2020 na Sibéria, culpando o Kremlin. As autoridades russas negam qualquer responsabilidade. Ele foi hospitalizado na Alemanha e detido quando voltou à Rússia em janeiro de 2021.

Navalny cumpre uma pena de prisão de nove anos desde março por acusações de fraude. O opositor continua a denunciar o Kremlin e classificou o ataque na Ucrânia como uma "tragédia" e um "crime contra a Humanidade".

Outro oponente preso, Vladimir Kara-Murza, 41 anos, afirma ter sobrevivido a dois envenenamentos devido a suas atividades políticas. Ele foi preso em abril e acusado de espalhar "informações falsas" sobre o Exército russo. Ele também foi acusado de "alta traição", crime punível com 20 anos de prisão.

Outro crítico influente, Yevgeny Roizman, 60 anos, ex-prefeito de Yekaterinburg, foi preso em agosto. As autoridades o acusam de "desacreditar" o Exército, embora ele tenha sido solto para aguardar julgamento. Ele enfrenta três anos de prisão.

Exílio

A maioria dos opositores de Putin que permaneceram na Rússia está na prisão. Os outros fugiram do país. Um deles é Mikhail Khodorkovsky, um ex-magnata do petróleo que passou dez anos atrás das grades no início dos anos 2000. Desde sua libertação em 2013, ele mora em Londres, onde financia plataformas de oposição.

Muitos apoiadores de Khodorkovsky deixaram a Rússia em 2021 quando a repressão se intensificou. A ofensiva na Ucrânia no ano seguinte também multiplicou a saída de opositores do país

'Agentes estrangeiros'

Nos últimos anos, dezenas de meios de comunicação, ONGs, jornalistas, ativistas ou artistas foram declarados "agentes estrangeiros". O status deve aparecer mencionado sistematicamente em todas as publicações dessas instituições e pessoas, sob pena de sanções.

A ONG Memorial, pilar dos direitos humanos e copremiada em outubro com o Prêmio Nobel da Paz, foi dissolvida pelas autoridades russas por supostamente violar essa polêmica lei. A decisão gerou uma série de condenações.


Fonte: O Globo


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