Casos de feminicídio em Rondônia crescem mais de 233% nos primeiros quatros meses de 2022

Postagens Recentes

3/recent/post-list

Mundo

3/Mundo/post-list

Geral

3/GERAL/post-list

Casos de feminicídio em Rondônia crescem mais de 233% nos primeiros quatros meses de 2022

Feminicídio é a morte baseada no gênero, como por exemplo o assassinato de mulheres em situação de violência doméstica. Porto Velho lidera ranking de casos de feminicídios nos primeiros quatro meses do ano.

Porto Velho, RO - 
Um total de 10 ocorrências foram registradas como crime de feminicídio nos quatros primeiros meses de 2022. Esse quantitativo, se comparado com o mesmo período no ano passado, representa um aumento de 233,33%. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia (Sesdec).

No primeiro quadrimestre de 2022, foram registradas 10 ocorrências de feminicídio no estado. Já em 2021, foram três . Porto Velho lidera o ranking dos municípios com o maior número de mulheres mortas, conforme dados da Sesdec.

Conforme o levantamento, as vítimas têm idades variando entre 23 e 48 anos. Já ao que se refere o grau de escolaridade, a maioria delas têm o status como: "não informado". Das 10 vítimas em 2022, nove não tinham a informação de escolaridade, sendo apenas uma com "ensino fundamental incompleto".

Feminicídio: casos de maior repercussão em 2022


Algumas das vítimas de feminicídio em 2022: Rayane Ferreira Nascimento, morta em abril, Vitória Beatriz de Souza Franco, assassinada em março, Antonieli Nunes Martins executada em fevereiro e Vanuza da Silva morta em janeiro. — Foto: reprodução/ redes sociais

Em abril deste ano, Rayane Ferreira Nascimento, de 30 anos, foi morta com tiros de arma de fogo, uma Taurus 9mm, após se recusar a dançar com o ex-companheiro. Ao ser preso em flagrante e durante o depoimento, José Paula Goveia, confessou ter atirado em Rayane. Ele segue preso à disposição da Justiça. O crime foi registrado como feminicídio em Alvorada D'Oeste.

Em março, uma jovem de 22 anos, identificada como Vitória Beatriz de Souza Franco, foi morta com sete facadas pelo marido, em Ariquemes (RO). O próprio suspeito ligou à polícia para avisar do crime.

Em fevereiro, a polícia iniciou a investigação do assassinato de Antonieli Nunes Martins, de 32 anos, em Pimenta Bueno. O principal suspeito do crime de feminicídio é Gabriel Henrique Santos Souza, que tinha um relacionamento extraconjugal com a vítima e segundo as investigações decidiu matar a gestante porque não queria assumir a paternidade do bebê que ela esperava.

Em janeiro, Vanuza da Silva, de 48 anos, foi morta com golpes de canivete. O principal suspeito do crime é o namorado dela. Ele foi preso. O corpo da mulher foi encontrado em uma propriedade rural de Alto Alegre dos Parecis (RO).

Também em janeiro, a adolescente de 16 anos, Maria Cláudia Borges, foi assassinada, por estrangulamento, pelo namorado dentro de uma vila de apartamentos em Porto Velho. O suspeito é Gabriel Saymo, de 22 anos. Ele foi preso no local.

Nomenclatura: Feminicídio

O feminicídio é o homicídio baseado no gênero, como por exemplo o assassinato de mulheres em situação de violência doméstica.

Em entrevista ao g1, a presidente da Comissão de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil em Rondônia, ouvidora da Mulher e coordenadora de Combate a Violência contra a Mulher da CMA/Rondônia, Evanilde do Nascimento Marinho, destacou a importância da nomenclatura correta no registro policial.

Os dados são importantes para criação de políticas públicas de segurança, mas também há uma grande subnotificação dos casos de mortes de mulheres.

"Essa subnotificação acontece, algumas das vezes, pela confusão entre homicídio e feminicídio, que consiste na morte da mulher por violência doméstica familiar ou pela condição de ser mulher, ou seja, pelo gênero. Aí, a gente vê, a extrema importância do registro como feminicídio, até para que esse autor venha ser condenado conforme a sua culpabilidade e também para que haja implementação de políticas públicas visando a proteção dessa mulher", fala.

Fonte: G1/RO

Postar um comentário

0 Comentários