Empresário que atirou em jovem que fazia 'cavalo de pau' é indiciado por homicídio doloso em RO

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Empresário que atirou em jovem que fazia 'cavalo de pau' é indiciado por homicídio doloso em RO

Camila Barros tinha 20 anos e foi atingida com um tiro no tórax em Ji-Paraná. Confira os principais pontos da investigação.

Porto Velho, RO - 
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso Camila Barros Dias e indiciou o empresário suspeito de cometer o crime por homicídio doloso qualificado. A jovem foi baleada enquanto estava dentro de uma caminhonete que fazia a manobra conhecida como 'cavalo de pau' em um depósito de areia de Ji-Paraná (RO).

O suspeito foi preso em flagrante no dia seguinte ao crime, 27 de janeiro, após confessar ter atirado contra o veículo onde Camila estava. De acordo com a polícia, o suspeito é atirador profissional há anos e possui um clube de tiro na cidade.

O empresário alegou à polícia que agiu em legítima defesa, pois achou que sua propriedade estava sendo invadida. Segundo ele, algumas pessoas suspeitas vinham frequentando seu clube de tiros e em certa ocasião ele foi "seguido". Ele também contou que a caminhonete estava arremessando pedregulhos contra a parede de sua casa.

De acordo com o inquérito, o empresário deu a entender que resolveu atirar contra o veículo por achar que ele tinha alguma ligação com as "pessoas suspeitas", mas alegou que não tinha intenção de matar ninguém.

Inicialmente o caso estava sendo tratado como homicídio simples. No entanto, após a conclusão do inquérito, o empresário foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e com recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Principais pontos da investigação

A decisão do delegado Luís Carlos Hora em indiciar o suspeito por homicídio doloso, levou em consideração os seguintes pontos:

O suspeito é atirador profissional há anos e portanto é habituado com disparos por armas de fogo;
Apesar do homem alegar que a caminhonete estava arremessando pedregulhos contra a parede de sua casa, a perícia informou que o alarme de proximidade que ele tem em casa não disparou na noite do crime.

As pessoas que estavam no carro com Camila, entre elas um adolescente, relataram que vários disparos foram efetuados, sendo que pelo menos sete atingiram a lataria do carro e um atravessou e atingiu o tórax da vítima. De acordo com o delegado, a quantidade de tiros é um indicativo "muito forte" sobre o desejo de matar.

O projétil retirado do corpo de Camila indicou que o tiro foi disparado de cima para baixo, confirmando a teoria de que o suspeito estava na sacada de casa quando atirou várias vezes contra o veículo em fuga que não representava perigo algum contra ele.

A vítima não teve qualquer chance de defesa, visto que foi atingida pelas costas enquanto fugia.

De acordo com o delegado, esses fatores indicam que a reação do empresário por causa de manobras de “cavalo de pau” próximo à sua residência foi "muito desproporcional e extremamente violenta".

A respeito da ação que Camila e os amigos cometeram, ao praticarem a manobra de "cavalo de pau", o delegado apontou que o caso não pode ser considerado violação de homicídio pois no local não há muros ou cercas.

"A vítima Camila e seus amigos praticaram conduta reprovável quando efetuaram os cavalos de pau, mas não praticaram crime nem contravenção penal", comentou.

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