De Logan Paul a Whindersson: Boxe brasileiro vive a chegada do entretenimento

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De Logan Paul a Whindersson: Boxe brasileiro vive a chegada do entretenimento

No ano seguinte a duelo multi-milionária entre youtuber norte-americano e Floyd Mayweather, humorista e Popó protagonizam novo formato de evento no Brasil. Organização quer repetir a dose e focar em ‘lutas de qualidade’

Porto Velho, RO -,Foi difícil passar a última semana sem ter contato com conteúdo nas redes sobre a luta entre o humorista Whindersson Nunes e o tetracampeão mundial de boxe Popó. O confronto, acertado há alguns meses, aconteceu na madrugada de segunda-feira e terminou num empate simbólico, apesar do domínio do boxeador veterano. Um resultado que premiou o show num modelo de evento que misturou entretenimento com combates.

A luta foi a principal da primeira edição do “Fight Music Show” (FMS), promovido em Balneário Camboriú (SC). O evento apostou em lutas de MMA e boxe intercaladas por atrações musicais, como Wesley Safadão. No ringue, foram pareados lutadores contra lutadores e influenciadores contra lutadores. Rogério Minotouro, Esquiva Falcão, Lonardo Leleco e o ex-BBB Yuri Fernandes estiveram entre os combatentes da noite, que teve até o humorista Tirullipa como locutor.

Idealizador do evento, o empresário e palestrante Mamá Brito diz que já pensava no formato há cerca de dez anos. Para ele, o FMS foi uma “mudança de paradigmas”, um “modelo disruptivo” em eventos do gênero no Brasil. O empresário relata ter visto opiniões mudarem rapidamente após o sucesso.

— Foi um risco grande. Quando via os perfis de luta nas redes, olhava os comentários e era 90% xingando, falando que era uma palhaçada. Onde já se viu colocar um comediante para lutar com um cara do boxe?


Popó e Whindersson se enfrentaram em Balneário Camboriú (SC) Foto: Ricardo Franzen/Divulgação FMS

O empresário planeja uma nova edição para daqui a três meses, desta vez organizada com mais tranquilidade, passada a correria da estreia. O local deve mudar (o plano é manter o evento circulando no país), assim como as atrações, voltadas para o local de realização, mas o formato segue.

Em entrevista, Popó, parceiro do empresário na organização, falou em trazer até atores praticantes de lutas, como Caio Castro, Malvino Salvador e Cauã Reymond. Brito admite que busca pessoas com desenvoltura, mas prioriza boas lutas. Na primeira edição, diz ter mantido contato com os treinadores dos influenciadores para garantir a preparação.

— É importante que sejam lutas de qualidade. Eu procuro, ainda sim, influenciadores que queiram lutar, que estejam treinando para dar um show. Procuro também ex-lutadores de boxe, até alguns que estão em atividade, do UFC.

As lutas entre influenciadores e lutadores ou ex-lutadores vêm movimentando o mercado norte-americano, capitaneadas pelos irmãos Logan e Jake Paul, youtubers que mergulharam de cabeça na modalidade. Em junho do ano passado, Logan tirou o multi-campeão Floyd Mayweather da aposentadoria para um combate milionário, que rendeu premiação equivalente a R$ 600 milhões, entre patrocínio e pay-per-view.


Floyd Mayweather e Logan Paul se enfrentaram na madrugada desta segunda-feira Foto: Jasen Vinlove / USA TODAY Sports

Logan foi desafiado por Whindersson após o empate com Popó e topou, em meio a provocações nas redes. Brito garante que já tem conversas para organizar o futuro combate internacional.

No Brasil, o FMS apostou em pay-per-view por streaming e colocou à venda 2.600 ingressos presenciais, esgotados. Por razões contratuais, a organização não revelaa quanto os lutadores arrecadaram.

Mas em setembro, Whindersson mencionou ao podcast “18k” uma previsão de R$ 12 milhões em premiação global para o combate. Popó e o humorista faturaram com a bolsa fixa, participação no pay-per-view e até com parte das vendas de NFTs da luta, produzidos por uma patrocinadora.

Boxe brasileiro em alta

Presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Marcos Brito vê o evento e outros do tipo muito mais como entretenimento do que de fato uma competição esportiva. Mas dá boas-vindas ao fenômeno, em especial pela exaltação a atletas históricos.

— Foi super válido. O entretenimento que coloca o boxe em evidência nos interessa, acaba fomentando.

Fora da realidade milionária desses grande eventos, o Brasil curte um ótimo momento no boxe olímpico: foram três medalhas nos Jogos de Tóquio-2020, no ano passado, uma de cada cor. Com o sucesso, a confederação prepara torneios internacionais no país para alavancar ainda mais a modalidade e superar as naturais dificuldades de patrocínio e financiamento.

Por outro lado, há um ponto em comum. Se Whindersson e Popó usaram as redes para movimentar os fãs da luta, a CBBoxe segue de olho no crescimento digital dos atletas pós-Tóquio como arma a favor da promoção de combates e eventos.

— Temos atletas como o Keno (Marley), que não chegou a ganhar medalha, mas pulou para mais de 100 mil seguidores numa noite. Temos pensado em como fomentar o boxe pelas mídias sociais.

Fonte: O Globo

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