Mistério sobre morte de influenciadora digital em passeio de lancha choca a população de Belém

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Mistério sobre morte de influenciadora digital em passeio de lancha choca a população de Belém

Versões desencontradas levantam suspeitas sobre circunstâncias de acidente de lancha que vitimou Yasmin Macêdo, de 21 anos

Porto Velho, RO -
A morte misteriosa da digital influencer Yasmin Macêdo intriga a população do Pará desde o último dia 12 de dezembro. A estudante de medicina teria se afogado após cair de uma lancha em um passeio com amigos, em Belém.

Versões contraditórias fizeram com que a Polícia Civil passasse a investigar o caso como um possível homicídio. Cerca de 19 pessoas estavam na embarcação, que saiu para o passeio à noite.

O laudo sobre a causa da morte é mantido em segredo de Justiça. Nem mesmo os familiares da vítima têm acesso ao conteúdo. Em entrevista ao jornal Amazônia, a mãe de Yasmin, Eliene Fontes, desabafou sobre o ocorrido e disse estar desapontada com o comportamento de uma amiga em particular. Segundo ela, uma maquiadora, que vivia em sua casa, fez um relato frio sobre o acontecido e teria dito aos investigadores que sequer era "íntima" da vítima.

Ela tinha uma amiga que vivia aqui em casa, a Bárbara (Ramos). Dormia aqui. A Yasmin ia para o Crossfit, e a Bárbara ficava aqui dentro. Comia na minha casa, passava semanas aqui, porque, segundo ela, não gostava de estar na casa dela. E nos dois depoimentos, ela disse que não era íntima da Yasmin e foi ela mesma quem me deu a notícia de um tom muito frio.

Nos áudios que ela mandou para nós, ela simplesmente falou que a Yasmin pulou porque quis, que a Yasmin bebeu porque quis e que a Yasmin era maior de idade. Tipo assim, "pulou porque ela quis e eu não pude fazer nada" — desabafou Eliene.

Eliene afirmou ainda que Bárbara se disse “cansada de passar informações”. A mãe de Yasmin também contou que, ao chegar à marina onde o acidente teria acontecido, encontrou um cenário diferente do que esperava, de frieza e silêncio.

Eu acredito que, se fosse um acidente, no mínimo, quando nós chegamos à marina, às 6 horas, as pessoas estariam desesperadas, prestando solidariedade, tentando contar como foi que aconteceu — conta.

Entenda o caso

Yasmin saiu no dia 12 de dezembro o passeio noturno. Por volta das 22h30, a influencer teria desaparecido. A mãe da jovem afirma que foi avisada do sumiço da filha perto das 23h. O piloto da lancha registrou um Boletim de Ocorrência às 5h da manhã do dia 13, alegando que a moça desapareceu enquanto nadava.

Na tarde do dia 13, o corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros num local a cerca de 10 minutos de onde o barco ficava ancorado. A partir daí, as investigações foram iniciadas e as divergências nos depoimentos começaram a surgir.

A primeira versão d dizia que Yasmin havia desaparecido da lancha, e as 19 pessoas que estavam na embarcação — que comporta até, no máximo, 14 pessoas — só perceberam sua ausência no final do passeio, ao retornarem para a marina. Essa hipótese foi logo descartada pela polícia.

Outra versão que começou a repercutir afirmava que a jovem teria se apoiado na escada da lancha para urinar e, então, teria caído. Foi dito também que todos que estavam a bordo do barco desceram para nadar e Yasmin acabou se afogando. Há ainda o relato de que a moça estava bêbada e drogada e, ao se desequilibrar, caiu no mar.

Segundo a polícia, havia bebidas alcoólicas na lancha e a mãe da moça afirmou que Yasmin não sabia nadar. Ao avisar a família dela por áudio sobre o desaparecimento da jovem, Bárbara Ramos afirmou que “Yasmin bebeu porque quis e se jogou [da lancha] porque quis”. A família da influencer, no entanto, alega que a jovem não costumava fazer uso de bebidas alcoólicas e que não teria se jogado sem saber nadar. Bárbara não foi localizada para comentar o caso.

Quem também estava na lancha era o médico legista Euler André Magalhães. Horas antes, ele foi visto ao lado de Yasmin numa partida de futebol. Na ocasião, ele deu um bichinho de pelúcia para a jovem. No entanto, Euler afirmou às autoridades que não tinha um relacionamento próximo com a estudante e que a conhecia apenas de vista. Ele também não se pronunciou sobre as investigações.


Yasmin e Lucas, segundo amigas da jovem, mantinham um relacionamento amoroso. Em depoimento à polícia, porém, o rapaz negou qualquer envolvimento Foto: Reprodução/redes sociais

Euler é médico legista lotado no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) e na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Não há informações se Euler teve acesso ao corpo de Yasmin após a morte da jovem. Entretanto, por precaução, o afastamento dele de suas funções foi solicitado à Polícia Civil e ao CPCRC para não atrapalhar o trabalho da polícia.

Em seu depoimento, Euler afirmou que havia pessoas armadas na lancha e que vários tiros foram disparados para o alto antes da morte de Yasmin.

Outro ponto-chave nas investigações surgiu recentemente. A mãe da estudante descobriu por meio das amigas da vítima que a filha estaria mantendo um relacionamento com Lucas Magalhães de Souza. Para Eliene, Yasmin sempre negou que se envolvia com o rapaz, mas as amigas alegam que os dois mantinham uma relação há alguns meses.

Eliene desaprovava a aproximação de Yasmin com Lucas porque a moça já havia contado à mãe que o rapaz se envolvia com várias mulheres ao mesmo tempo e que todas tinham conhecimento umas das outras. Para proteger a filha de desavenças com outras mulheres, Eliene a aconselhava a manter-se longe de Lucas. Ele, no entanto, negou que se relacionasse com Yasmin durante seu depoimento à polícia.

As investigações seguem em segredo de justiça pelo menos até fevereiro. A polícia trabalha com várias hipóteses, mas a de acidente já foi praticamente descartada. Yasmin tinha milhares de seguidores nas redes sociais e costumava compartilhar sua rotina e dicas de moda e bem-estar.

No dia de sua morte, ela estava em casa com uma amiga quando decidiu ir ao passeio de lancha com os amigos que conheceu há cerca de quatro meses através de Bárbara. A amiga de Yasmin ainda teria sugerido que a moça ficasse em casa, mas ela decidiu acompanhá-la.

Fonte: O Globo

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