Comandante americano destaca ‘camaradagem’ entre tropas após 10 dias de treino conjunto no Brasil

Comandante americano destaca ‘camaradagem’ entre tropas após 10 dias de treino conjunto no Brasil

Exercício reuniu mais de mil militares brasileiros e dos Estados Unidos em iniciativa inédita

Porto Velho, RO - Uma cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), nesta quinta-feira, 16, encerra os primeiros exercícios militares conjuntos realizados pelos exércitos do Brasil e dos Estados Unidos.

A ação integrada da Core 2021 (sigla em inglês para Exercício Combinado de Rotação e Operações), iniciada no último dia 6, empregou quase mil soldados e foi a primeira já realizada pelo exército americano na América Latina.

“A colaboração e a parceria que vêm com esse exercício são importantes para nossas nações amigas, pois permitem que entendamos nossas capacidades e promovem a camaradagem entre as tropas”, avaliou o comandante-geral do Exército Sul dos Estados Unidos, general Willian Thigpen.

Durante os cinco dias de ação em campo, as tropas brasileiras empregaram blindados, helicópteros e seu armamento mais moderno para "ombrear" com os americanos em ações ofensivas e defensivas com tiro real.

Nesta quarta-feira, 14, cerca de 300 militares dos dois países realizaram o "tiro de integração" no estande da Aman, com a troca de armas. Os soldados americanos atiraram com o fuzil IA2, de fabricação nacional, enquanto os brasileiros dispararam o fuzil M4 do Exército dos Estados Unidos. As séries de tiro permitiram que até 40 militares disparassem simultaneamente nos alvos.


Atirador posicionando durante exercício em Resende, RJ. Foto: Divulgação Forças Armadas


O comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), general Rodrigo Ferraz Silva, destacou a semelhança entre os armamentos. “Ambos (os fuzis) têm o mesmo calibre, mais ou menos a mesma cadência de tiro.

O exercício foi de grande potencial de ensinamento com os irmãos do Exército americano”, disse. O soldado norte-americano Brandon Mickey considerou o fuzil brasileiro “diferente e bem construído”.

No dia anterior, soldados da força-tarefa Itororó da 12ª Brigada e militares americanos participaram de um exercício de tiro real de fração, no campo de instrução da Aman. Em situação real de conflito, a tática serve para manter o terreno e permitir a progressão da tropa.

Na segunda-feira, 13, o exercício simulou a defesa de um território, com o emprego de fuzis, metralhadoras, morteiros, granadas e canhões. “A tropa realizou um assalto aeromóvel para conquistar uma área estratégica, com o uso de helicópteros, e o desafio foi manter esse terreno durante um determinado tempo”, explicou o major Rafael da Costa Ribeiro, adjunto do comando da brigada.



A operação envolveu transporte de tropas com helicópteros. Foto: Divulgação Forças Armadas

Um dos treinamentos mais exigentes envolveu uma simulação de combate em ambiente urbano. Com o emprego de blindados Guarani e armamento individual, a tropa investiu em uma localidade com edificações com o objetivo de neutralizar a força oponente.

A atividade permitiu treinar os militares para operações em áreas de opressão onde, por exemplo, exista impedimento para a chegada de ajuda humanitária à população. “A tropa que ataca tem dificuldade de fazer esse tipo de atuação em ambiente urbano porque existem os civis, pessoas inocentes, e é muito difícil para quem ataca saber o efeito colateral de uma atividade como essa”, disse o general Ferraz Silva.


Soldado americano atira com fuzil do exército brasileiro. Foto: Divulgação Forças Armadas

Para avançar no terreno, a tropa utilizou um robô com sistema de raio-x e outros dispositivos que permitem ao operador verificar, por exemplo, se um artefato explosivo é real. O próprio robô pode neutralizar a ameaça, desativando o dispositivo. Os exercícios tiveram início no último dia 6, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, e mobilizaram 770 soldados brasileiros e 250 americanos.


Fonte: Estadão

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