
Porto Velho, RO - Médico Douglas Sterzza teve a doença, mas se recuperou, antes disso, no entanto, perdeu a avó, a mãe e torce agora por um tio de 62 anos
Com sete casos e duas mortes, uma família paulista, de origem italiana, é a que mais sofre até o momento com o avanço do novo coronavírus no Brasil. Douglas Sterzza, médico cirurgião de 28 anos, perdeu a mãe, a avó e está com um tio internado há 9 dias no Hospital São Paulo, onde faz residência.
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A primeira a sentir os sintomas foi sua mãe, Rita de Cássia Sterzza, de 55 anos. Em seguida a avó, Iracema, de 85. Daí em diante pegaram a covid-19 ele, dois tios e as esposas de ambos.
"Minha mãe me avisou que não estava se sentindo bem no domingo, dia 15, falou que sentia dores no corpo. Na terça já estava entubada", conta Douglas.
O cirurgião não sabe dizer como o coronavírus entrou em sua família, mas tem consciência de que a disseminação interna se deu porque, em casa, a proteção é sempre menor. "As pessoas se preocupam basicamente em não levar o vírus para a residência, e deixam em segundo plano a prevenção quando estão lá dentro."
O tio, Milton Tadeu Sterzza, de 62 anos, está entubado no Hospital São Paulo. Sua esposa não tem sintomas, assim como o irmão e a cunhada.
Douglas voltou a trabalhar nesta quarta-feira (1º), após 14 dias de quarentena. Entre as piores lembranças da covid-19 está não poder juntar a família para os velórios e enterros.
No caso da mãe, o sepultamento foi solitário porque não quis a presença do pai, de 62 anos e diabético. "Foi tudo rápido, com o caixão lacrado e com os funcionários do cemitério com medo de ser contaminados."
Profissional da saúde e com um drama familiar inimaginável, ele faz um alerta de que muitas pessoas seguem não levando a sério o novo coronavírus. "Quando fui enterrar minha mãe vi várias pessoas na rua, em grupos, como se estivessem de férias, se divertindo. É uma pena, elas não fazem ideia do que pode fazer essa doença."
Hoje sua principal preocupação é manter o pai longe de outras pessoas. "Ele é farmacêutico, tem que trabalhar, mas tenho pedido muito para ele fazer serviços internos e evitar o atendimento dos clientes, o que aumentaria os riscos. Não dá para facilitar com essa doença."
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