Grande parte dos eleitores que deixaram de votar alegaram medo da covid-19

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Grande parte dos eleitores que deixaram de votar alegaram medo da covid-19



Pesquisa nacional feita pelo Instituto DataSenado entre o fim de novembro e o início de dezembro revelou que 40% dos cidadãos que deixaram de exercer o direito de voto nas eleições municipais de 2020 o fizeram por medo do novo coronavírus. Segundo a inquirição, 80% dos eleitores entrevistados votaram, e dos 20% que não compareceram às urnas, 59% não tiveram os motivos detalhados e 1% não quis responder.

Do grupo que confirmou ter participado do sufrágio, 52% disseram ter se sentido muito seguros na hora de votar; 30%, pouco seguros; e 16% responderam que não se sentiram nada seguros.

O número de abstenções registrado na pesquisa (20%) diverge um pouco do índice detectado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 23,1% no primeiro turno e 29,5% no segundo. A variação está dentro da margem de erro da pesquisa DataSenado (4% para mais ou para menos), mas a coordenadora da instituição, Laura Nascimento, também aponta outras razões.

— São dois os principais motivos que podem causar essa divergência na estimativa pontual para menos. Os dados do TSE podem superestimar o não comparecimento pela falta de informação de óbitos e também pelos brasileiros que saem do país e não são acessíveis para nossa análise. E em pesquisas, pessoas podem dizer que foram votar sem de fato terem ido, pela questão da desejabilidade social e com medo de estarem sendo fiscalizadas — afirmou, em entrevista à Agência Senado.
Dados

A mesma pergunta da pesquisa (Você votou nas eleições?) foi feita em 2016, quando 82% dos entrevistados afirmaram ter votado, e em 2018, com resposta positiva de 85% dos cidadãos ouvidos.

Esse percentual converge com a pesquisa feita em julho pelo DataSenado, quando percentual similar de participantes respondeu que pretendia votar nas eleições municipais deste ano: 81% disseram que votariam, 15% não votariam e 3% não souberam ou não quiseram responder.

O DataSenado avaliou a opinião de 2.400 pessoas de 16 anos ou mais, entre os dias 24 de novembro e 3 de dezembro, em amostra representativa da opinião da população brasileira. A pesquisa foi feita por telefone e ouviu cidadãos de todas as regiões brasileiras, em especial do Sudeste (43%) e do Nordeste (26%).

Veja o inteiro teor da pesquisa aqui.
TSE

No balanço após o segundo turno, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, divulgou a abstenção do primeiro turno (23,14%) e do segundo (29,5%) e registrou que os índices foram os maiores verificados nas últimas décadas. Números bem superiores aos processos eleitorais mais recentes (2018, 2016 e 2014), quando o índice ficou em torno de 21%, e aos verificados nos demais pleitos para prefeitos e vereadores em 2012 (19,12%), 2008 (18,09%), 2004 (17,3%), 2000 (16,2%) e 1996 (19,99%). Ainda assim, Barroso interpretou que o índice de comparecimento em 2020 deve ser celebrado.

— Quando iniciou-se o processo eleitoral, temia-se uma abstenção colossal devido à pandemia, e não foi o que ocorreu. Fizemos o processo eleitoral dentro das mais rigorosas diretrizes de segurança sanitária, e as pessoas compareceram — reiterou, na coletiva após o encerramento da apuração, no dia 29 de novembro.

Agência Senado 


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