Cientista político: apoio de Lula ou Bolsonaro 'não é determinante' nas eleições municipais

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Cientista político: apoio de Lula ou Bolsonaro 'não é determinante' nas eleições municipais




Em meio à contínua polarização política no país, terminou o prazo para a definição de candidaturas às eleições municipais de 2020 no Brasil. Para comentar o assunto, a Sputnik Brasil ouviu o cientista político Alberto Carlos Almeida, que aponta que as questões locais serão mais importantes nas eleições.

O prazo para a escolha dos candidatos pelos partidos, assim como a deliberação das coligações, terminou na quarta-feira (16), e vigia desde 31 de agosto. Agora, os partidos têm até o dia 26 de setembro para solicitarem à Justiça Eleitoral o registro das candidaturas para o 1º turno das eleições - marcado para o dia 15 de novembro após adiamento devido à pandemia da COVID-19.

Em torno do pleito continua a expectativa sobre a polarização política que tomou conta do país nas eleições de 2018, entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e os apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro. O cientista político Alberto Carlos Almeida alerta, porém, que a lógica das eleições municipais é diferente do que vige no plano nacional.

"O pleito municipal segue uma lógica municipal e não representa uma avaliação do governo federal, nunca é assim, nunca foi assim e nunca será assim [...]. O eleitorado decide conforme os temas municipais, ele não vota conforme os temas nacionais, tradicionalmente é assim na eleição para prefeito", afirma o Alberto Carlos Almeida em entrevista à Sputnik Brasil.

Apesar das características particulares das eleições municipais, o cientista político ressalta que algumas variáveis do pleito podem sofrer influência do plano nacional.

"As forças que estão mais próximas do governo federal têm mais recursos, têm algum tipo de mobilização política no âmbito do governo federal, algum tipo de conversa, algum tipo de mobilização de recursos. E aí há alguns alinhamentos sim", salienta.



© FOLHAPRESS / PEDRO LADEIRA
Presidente Jair Bolsonaro participa de culto da Igreja Sara Nossa Terra, ao lado do pastor Robson Rodovalho, em Vicente Pires, região administrativa do DF

Almeida dá o exemplo da capital pernambucana, Recife, onde ele enxerga que há duas candidaturas fortes, sendo uma do PT, com Marília Arraes, e outra "bolsonarista" do Podemos, com Patrícia Domingos. Para ele, mesmo em uma eventual disputa entre essas candidaturas, as questões locais devem se sobressair na escolha dos eleitores.

"A definição em Recife vai ser uma definição que diz respeito à disputa local de Recife, a elementos locais, ainda que o resultado final possa ser interpretado como algo que foi além do local", avalia.



© FOLHAPRESS / EDUARDO ANIZELLI
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixando a carceragem da Polícia Federal de Curitiba

Para Almeida, o apoio do ex-presidente Lula ou de Bolsonaro pode impulsionar candidaturas em algumas situações, porém, seguindo a lógica municipal, não será o mais importante nas disputas locais.
"E claro que o apoio de um Bolsonaro ou de um Lula pode ajudar um candidato a ter mais visibilidade naquele município no momento em que o apoiam, mas não é determinante para ganhar. Ajuda, é algum tipo de ajuda. E Bolsonaro irá ajudar mais no Sul e no Sudeste, e Lula irá ajudar mais no Nordeste e em algumas regiões do Sudeste - em regiões mais pobres no Sudeste o Lula ajuda mais, em regiões menos pobres, o Bolsonaro ajuda mais", conclui.


Fonte: .sputniknews

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