Empresa que vendeu testes de COVID-19 para RO por intermédio de ex-parceira de negócios de Júnior Gonçalves foi alvo da PF: e agora?

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Empresa que vendeu testes de COVID-19 para RO por intermédio de ex-parceira de negócios de Júnior Gonçalves foi alvo da PF: e agora?




Porto Velho, RO - O Rondônia Dinâmica contou a história dos testes chineses comprados pelo Governo de Rondônia no negócio milionário intermediado por Maíres Natália de Carli, ex-vice-presidente de uma empresa comandada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves.

Gonçalves alegou que a empresa está em franco trâmite de encerramento e minimizou sua proximidade com Maíres de Carli, embora esta tenha se colocado como representante da RCC Alimentos quando o empreendimento foi denunciado no Legislativo do Acre.

O que mudou de lá pra cá? Os kits foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); quando chegaram ao Brasil, não havia: foi um verdadeiro pagar para ver.

A BuyerBR, empreendimento que apresentou a ex-vice-presidente da RCC Alimentos como preposta regional, foi, e não surpreende, alvo de operação da Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) no Estado do Ceará, com diligências realizadas especialmente em Fortaleza.

Porém, os braços da incursão chegaram até o Estado de São Paulo, onde a BuyerBR mantém sede.

É sintomático, inclusive, que o enredo seja muito semelhante ao que aconteceu no Estado gerenciado pelo Coronel Marcos Rocha, este hoje sem partido.

A empresa representada pela ex-parceira de negócios de Júnior Gonçalves fora obrigada a devolver parte do dinheiro destinado ao custeio de pelo menos 150 respiradores “pela Prefeitura de Fortaleza (PMF) e o Instituto Doutor José Frota (IJF)”.


O site Diário do Nordeste prosseguiu a matéria informando o seguinte: “Os dois contratos somam R$ 33,8 milhões, dos quais R$ 22,7 milhões já foram pagos à empresa BuyerBR Serviços e Comércio Exterior Ltda”.

A Prefeitura de Fortaleza emitiu Nota de Esclarecimento em relação à operação, reiterando, ao final, que “o seu total compromisso com a transparência e o zelo dos recursos públicos, razão esta que levou à constituição do Comitê de Governança e Transparência [...]”.

O próprio Rondônia Dinâmica revelou circunstâncias estranhas no processo de habilitação da empresa em questão no processo administrativo, como, por exemplo, a mentira encartada nas credenciais quando alegou ter firmado parceria comercial com órgão da administração pública indireta no Estado de Goiás.

A relação nunca existiu, e a empresa foi obrigada a desmentir veiculando Nota de Esclarecimento.

Além do mais, pode, sim, existir coincidência, porém, e é aí que reside a dúvida mais cruel, Rondônia tem, segundo o último censo apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,7 milhão de habitantes.

Quais as chances matemáticas de Maíres de Carli, pinçada de maneira sortida em meio a 1,7 milhão de habitantes, estar do lado oposto ao do ex-parceiro de negócios Júnior Gonçalves justamente quando o último ocupa cadeira importantíssima na gestão que travou com o empreendimento privado um negócio de mais de R$ 10 milhões?

E negócio, frise-se de novo, que só foi possível ser concretizado por conta do Decreto de Calamidade Pública, fato jurídico gerador da gastança desenfreada, permissiva e sem critérios.


Na coletiva de imprensa onde a entrega dos kits fora anunciada pelo secretário de Saúde (Sesau/RO) Fernando Máximo com participação da deputada federal Mariana Carvalho, do PSDB, o médico foi enfático ao dizer que o Ministério Público (MP/RO) não vem atrapalhando, apontando, nominalmente, os representantes do órgão.

“O Ministério Público não tem criado problemas pra gente, muito pelo contrário [...]”.

De fato, é importantíssimo que os órgãos de fiscalização e controle atuem em parceria com os Poderes a fim de corroborar com a aplicação de políticas públicas no enfrentamento à pandemia (COVID-19/SARS-CoV-2).

Agora, mais importante ainda é preservar o papel precípuo escancarado em suas próprias designações de ofício, quais sejam: fiscalizar e controlar. Talvez seja importante informar à sociedade até que ponto esse “não tem criado problemas” pode ser prejudicial às contas do Estado porquanto contratos com empresas obtusas como a própria BuyerBR e a situação da relação Maíres de Carli e Júnior Gonçalves ainda são nebulosas, já que as instituições não se manifestam objetivamente sobre esses temas.

E aí?

Estamos diante de um grande acidente cósmico, geográfico e temporal para podermos admitir sem reagir à escrachada violação do princípio da impessoalidade ou a coisa tem cheiro ruim, visual horrível e sabor horroroso como desenhado?

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