OMS estima que número de pessoas com demência deve triplicar até 2050

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OMS estima que número de pessoas com demência deve triplicar até 2050





Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, e a cada ano são registrados quase dez milhões de novos casos. A estimativa da Organização Mundial de Saúde é de que 152 milhões de pessoas serão afetadas até 2050.

Quando a relações públicas Denise Russo, de 32 anos, de Guarulhos, São Paulo, descobriu que o avô foi diagnosticado com o Alzheimer, aos 79 anos, o levou para a morar com ela e a família. A doença é a causa mais frequente de demência em idosos, segundo o Ministério da Saúde. Por mudar o comportamento do paciente, Denise conta que o Alzheimer mexe com o emocional e a rotina dos parentes mais próximos.

“Às vezes é muito difícil você enxergar a doença naquela pessoa. Ela tem atitudes que você acha que é ela mesmo, aí você fica nervoso, você briga, aí você percebe que não é ela, que é a doença. Este processo de entender que não é mais aquela pessoa é muito difícil e é muito duro. Tudo é um aprendizado. Apesar de ter coisas muito semelhantes na doença, eu vejo, como eu tenho avô, avó e pai com Alzheimer, os três apresentam a evolução de forma totalmente diferente, sintomas totalmente diferentes, o que um apresenta o outro não apresenta”, disse.

A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas pela doença varia de 8 a 10 anos. O primeiro sintoma e o mais característico do Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves, como a perda de memória remota, ou seja, de fatos mais antigos, irritabilidade, falhas na linguagem e dificuldades na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.

O Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e ainda não possui uma forma de prevenção específica. No entanto, o Ministério da Saúde aponta que manter a cabeça ativa e ter uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.

As principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas, estão ligadas à leitura, exercícios de aritmética, jogos inteligentes, atividades em grupo e hábitos saudáveis, como não fumar, não consumir bebida alcoólica, ter alimentação saudável e regrada e praticar atividades físicas regulares.

Pensando nisso, alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) começaram a ajudar uma equipe médica da instituição a exercitar a mente e identificar doenças mentais em idosos, por meio do desenvolvimento de dois jogos cognitivos: o MemoGinga e Jogo do Stroop.

Segundo a professora Débora Christina Muchaluat, que coordena o projeto, a ideia envolve sistemas para ajudar os médicos a detectarem doenças que afetam a área cognitiva, principalmente de idosos.

“Surgiu a ideia de implementar alguns exercícios cognitivos, através de jogos, que pudessem ser utilizados pelos idosos, inicialmente, para realmente exercitarem a mente, e, futuramente, isso poderia também servir como mais uma indicação para o auxílio ao diagnóstico de determinadas doenças relacionadas ao comprometimento cognitivo. E aí surgiu a ideia, inicialmente, de desenvolver o MemoGinga, que é um jogo de memória, na verdade bastante simples, onde basicamente o jogador tem que comparar figuras geométricas, que são apresentadas na tela, com figuras anteriormente já exibidas”, conta.

Já o Jogo do Stroop é uma ferramenta que contribui para as pessoas exercitarem o cérebro, na medida em que apresenta palavras em cores variadas para que o idoso diga qual é a cor que está vendo.

O objetivo a partir de agora, de acordo com a coordenadora do projeto, é integrar a esses jogos cognitivos efeitos sensoriais, que podem ser de luz, de calor, de frio, de vento, de água, estimulando outras percepções nos idosos. Esse estímulo, que os pesquisadores chamam de multimodal, contribui para a melhora da audição, visão, olfato e tato dos idosos.

A professora Débora Christina Muchaluat explicou também que, por meio da realidade virtual, um psicólogo pode fazer exercícios cognitivos com o idoso e adotar diferentes artifícios para despertar sua memória. Ela cita, por exemplo, que o idoso pode pisar descalço em um chão de areia e, ao usar os óculos de realidade virtual, com conteúdo de uma praia, se sinta imerso nesse ambiente e trabalhe a sensação de que está na praia.




Cintia Moreira

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