10º abrigo para venezuelanos é aberto em RR e imigrantes são retirados das ruas

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10º abrigo para venezuelanos é aberto em RR e imigrantes são retirados das ruas



A Força-Tarefa Logística Humanitária e o Alto Comissariado das Nações Unidas (Acnur) abriram nesta sexta-feira (20) o 10º abrigo público para venezuelanos em Roraima.


O Rondon 1, que fica no bairro 13 de setembro, na zona Sul de Boa Vista, tem capacidade para 600 pessoas e 116 residências com energia solar renovável. Esse é o sexto abrigo aberto no estado só neste ano em razão da crescente imigração venezuelana para Roraima.



Imigrantes começaram a ser levados ao novo abrigo às 4h (Foto: Força Tarefa Logística e Humanitária/Divulgação)


Desde às 3h30, imigrantes que estavam em situação de rua foram sendo recolhidos e levados de ônibus ao Rondn 1. Muitos estavam vivendo em um acampamento improvisado na frente do abrigo Jardim Floresta, também na capital, à espera de vagas.


Imigrantes que viviam nas redondezas da Rodoviária Internacional de Boa Vista e no pátio da Igreja Consolata também foram levados, assim como venezuelanos que estavam em situação de rua em outros pontos da cidade.




Abrigo tem 116 residências com capacidade para até seis pessoas, janelas, divisória e energia solar renovável (Foto: Alan Chaves/G1 RR)



De acordo com a Força Tarefa, todas as 600 vagas devem ser preenchidas ainda nesta sexta.


"Este é o primeiro abrigo da América Latina com casas desse modelo. As residências comportam até seis pessoas, possuem quatro janelas, divisória, energia solar renovável e são usadas em situações de vulnerabilidade, assim como as dos venezuelanos que para o Brasil se deslocaram", informou a Força Tarefa.



Imigrantes que estavam em situação foram levados em ônibus fretados pela Força Tarefa ao novo abrigo (Foto: Alan Chaves/G1 RR)


Segundo Pablo Mattos, oficial de relacões institucionais do Acnur, os imigrantes levados ao abrigo foram selecionados após mapeamento em pontos de concentração. Famílias, mulheres, crianças e idosos foram priorizados.


"Durante a busca das pessoas aquelas que não estavam na lista das selecionadas, mas se encaixavam no perfil, foram trazidas também".


Na recepção do abrigo, eles são identificados, tem as bagagens revistadas, são vacinados e passam por uma avaliação social.



Zulay Seija, 47, e as duas filhas de 10 e 17 anos, foram levadas ao Rondon 1: 'Estamos felizes' (Foto: Alan Chaves/G1 RR)



Há um mês no Brasil, Zulay Seija, 47, e as duas filhas de 10 e 17 anos, estavam vivendo em uma barraca no bairro Nova Canaã, onde também há um abrigo para venezuelanos, e foram levadas ao Rondon 1.


Ela disse que passava necessidades desde quando vivia na Venezuela e ao chegar ao Brasil também enfrentou muitas dificuldades. "Há muito tempo eu não tinha um teto para morar e nem refeições regulares", diz Zulay.


Levada ao abrigo, ela diz que está muito feliz.



"Meu desejo é conseguir um emprego e viver dignamente, não quero ficar para sempre no abrigo nem ficar sendo ajudada. Quero trabalhar e me sustentar pra quando a Venezuela melhorar eu voltar ao meu país”






'Continuamos na rua'




Apesar da inauguração do novo abrigo, ainda há imigrantes em situação de rua na capital.


Um deles é Oswaldo Garcia, de 53 anos que está em Roraima há dois meses e meio e dorme nos arredores da Rodoviária Internacional de Boa Vista.



Oswaldo Garcia, 53, vive há dois meses e meio nos arredores da rodoviária de Boa Vista: 'A gente dorme sob chuva', diz (Foto: Alan Chaves/G1 RR)


"A gente dorme sob chuva, já tenho idade e vivo doente aqui na rua junto com varios outros irmãos. A gente vive exposto a xingamentos de alguns brasileiros, nos mandam embora, dizem que não devíamos estar aqui".



Ele disse que esperava ser levado ao abrigo, mas foi informado que não se encaixava no perfil dos imigrantes que foram levados ao Rondon 1.


"Esperávamos ser levados parar esse novo abrigo, mas fomos avisados que não estávamos no perfil estabelecido, o que é triste porque também somos venezuelanos”.


Famílias que também querem vagas no abrigo ficaram sabendo da inauguração e foram até lá.


Cristian Hernandez, 37, que já vive no abrigo Santa Tereza, que é só para homens, a esposa Dexielena Guerra, 29, e o filho de 2, foram uma delas. O marido já estava no Brasil desde março, mas mulher chegou no domingo e está em situação de rua.



Inauguração de abrigo atraiu imigrantes em situação de rua em busca de vagas (Foto: Alan Chaves/G1 RR)


"Ontem soube da notícia de que eles abririam esse novo local e vim tentar me restabelecer com minha família aqui. É triste não ter eles por perto e dói saber que ela está na rua”.


Procurada, a Força Tarefa informou que mais dois abrigos devem ser abertos em Boa Vista. Não foi comunicada uma data para inauguração.


Desde 2015 Roraima recebe um crescente número de imigrantes venezuelanos que deixam em massa o país natal para fugir da grave crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro.


Estima-se que por dia 500 pessoas deixam a Venezuela pela fronteira do Brasil, em Pacaraima, no Norte do estado.

FONTE G1 RR

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